Existe um pequeno espaço em um mundo
Diversificado em que me encontro com
seus pensamentos.
Sei que você também pensa em mim de
certa forma, mesmo que distante.
E de certa forma me identifico com seus
pensamentos
Fazendo com que a lua em meu ver se
transforme e me transporta por paragens
imaginárias, sensíveis e exatas, feitas não
de sonhos, mas de fatos concretos, falados
pela boca de um coração cheio...
Não sei exatamente o que sinto, nem tão
pouco o que penso.
Mas existo e essa existência faz com que
eu lute para uma vida livre e descontraída
longe de um sufoco que de vez enquando
abate sobre minha cabeça e paira a saudade
de um corpo que desfilou em minha calçada
da vida e não me olhou...
Não resta magoa nem ressentimentos.
Resta a paixão escondida dentro de olhares
furtivos e de marcas deixadas por palavras
ditas ao coração.
Não sei o que você pensa nem tão pouco
se me ama.
Sei somente que quero você,
dentro de um
mundo em que não exista
barreiras nem
discórdias nem distancia.
Só sei que cada dia que
passa te quero mais.

Ana Aparecida Ottoni
 
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim
Mas se for, saiba ser sem se desesperar
Desejo também que tenha amigos
Que mesmo maus e inconseqüentes
Sejam corajosos e fiéis
E que pelo menos em um deles
Você possa confiar sem duvidar

E porque a vida é assim
Desejo ainda que você tenha inimigos
Nem muitos , nem poucos
Mas na medida exata para que
Algumas vezes você se interpele
A respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles
Haja pelo menos um que seja justo
Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante
Não com os que erram pouco
Porque isso é fácil
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância
Você sirva de exemplo aos outros

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais
E que sendo maduro
Não se dedique ao desespero
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor

Desejo, por sinal , que você seja triste
Não o ano todo, mas apenas um dia
Mas que nesse dia
Descubra que o riso diário é bom
O riso habitual é insosso
E o riso constante é insano.

Desejo que você descubra
Com o máximo de urgência
Acima e a respeito de tudo
Que existem oprimidos, injustiçados e infelizes
E que estão bem á sua volta
Desejo ainda
Que você afague um gato, alimente um cuco
E ouça o João-de- barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque assim, você se sentirá bem por nada

Desejo também
Que você plante uma semente, por menor que seja
E acompanhe o seu crescimento
Para que você saiba
De quantas muitas vidas è feita uma árvore

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro
Porque é preciso ser prático
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
´´Isso é meu´´
Só para que fique bem claro
Quem é o dono de quem

Desejo também
Que nenhum de seus afetos morra
Por eles e por você
Mas que se morrer
Você possa chorar sem se lamentar
E sofrer sem se culpar

Desejo por fim
Que você sendo homem, tenha uma boa mulher
E que sendo mulher, tenha uma bom homem
Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes
E quando estiverem exaustos e sorridentes
Ainda haja amor pra recomeçar

E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar.

 
Poetas de Sampa  


1- Estão abertas as inscrições para a seletiva de poemas que
constituirão a coletânea  “Poetas de Sampa’’
2-  A antologia em questão é uma publicação da Editora
Sapere (selo editoral da Mar de Letras), que tem por objetivo
homenagear o estado de São Paulo.
3-  Podem participar escritores paulista ou não, contanto que
morem no estado de São Paulo. Não há nenhuma restrição quanto
a sexo, idade, escolaridade etc. Os textos poderão versar sobre
quaisquer temas, com exclusão daqueles contendo ideologia racista
ou apologia a qualquer tipo de crime.  Todos os textos serão
avaliados a fim de que a antologia mantenha o mesmo nível de
qualidade literária.
4- ATENÇÃO: O projeto não prevê distribuição de prêmios.
Não haverá distribuição de troféus, medalhas etc., nem fica
estabelecido qualquer compromisso comercial entre a Editora
Saperee os escritores participantes. Os poemas selecionados para
publicação serão editados em regime de coedição financeira e
editorial
(cooperativa) e a coletânea estará disposta no site da Sapere com os
nomes de todos os poetas selecionados, a fim de se fazer conhecidos
pelo público.
5- Todos os trabalhos inscritos serão submetidos à Comissão de
Avaliação da Editora Sapere que, em tempo hábil, informará ao
poeta se sua obra foi selecionada.
6- Serão 80 textos. Um autor pode publicar até 3 (três) poemas,
contanto que esteja de acordo com o fato de que cada texto equivale
a uma cota independente. Cada inscrito poderá enviar até 5 textos para
avaliação, no entanto só serão selecionados 3 textos no máximo.
7- O encerramento das inscrições se dará assim que atingir o número
mínimo de 60 poemas.
8- Os trabalhos deverão ser digitados em Word, tamanho A4, corpo 12,
Times New Roman, em língua portuguesa. Cada poema poderá ocupar
até 50 linhas.
Obs: Trabalhos que ultrapassarem as 50 linhas serão automaticamente
desclassificados.
9- A Coletânea “Poetas de Sampa” terá formato 14x21cm, brochura,
miolo em papel pólen 80g,  de 80 a 120 páginas, capa colorida em papel
Cartão Supremo 230g, laminação fosca. Será editada por nome de Autor
em ordem alfabética.
 10- Para ter, então, o seu poema incluído na Coletânea “Poetas de Sampa”,
o autor selecionado deverá pagar uma taxa de R$ 50,00 (cinquenta reais) para
cada texto por meio de depósito bancário na conta a ser informada no contrato
entre a Editora Sapere e o autor.
 11- Esta taxa dará direito ao autor de receber 4 (quatro) exemplares da
Antologia onde seu poema será publicado, e que será enviado via correios,
tão logo impresso. Nesse valor não estão incluídas as despesas postais,
sendo cobrados R$ 20,00 (vinte reais) para o envio na modalidade
PAC (Brasil).
 12- A Editora Sapere informará periodicamente os autores sobre o
andamento da seletiva bem como os prazos previstos para edição e
impressão do livro.
 13- IMPORTANTE: Não mande dinheiro agora, pois o pagamento
será feito mediante contrato entre a Editora Sapere e o autor, a ser
enviado por e-mail.
 Perguntas frequentes:
Quem não mora em São Paulo poderá participar?
R:  No momento a seletiva visa agregar autores de São Paulo apenas.
E quem é  paulista mas mora em outro estado poderá participar?
R: Não, a antologia está focada em quem reside no estado de São Paulo.
Outros estados serão homenageados?
R: Com certeza.
Qual será o próximo?
R: A editora ainda está pesquisando.
Posso enviar sugestões?
R: Sempre, a editora está aberta a sugestões e críticas
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
Educação enferruja por falta de uso.
Seja a diferença, sendo quem você verdadeiramente é.
  Que eu: Tenha a força de ser eu mesmo, sempre...
  Possa fazer o bem, sem saber o porquê...
  Nunca pense, que esse alguém irá me retribuir...
  Possa ver a luz do dia numa montanha cheia de flores...
  Possa ouvir passarinhos cantando...
  Possa ver a imensidão azul do céu...
  Descubra, brincando, o formato das nuvens...
  Possa valorizar a alma da criança que existe em mim
  Possa brincar como uma...
  Que ao me levantar, enxergue a "Luz" através do sol
  Que diga com amor, o bom dia de cada dia
  Que a minha presença seja sentida, amiga
  Que eu: Fale sempre o que sinto, como o aroma de
  absinto, que é leve e encantador
  Que quando estiver no campo...
  a luz do luar caia sobre meus cabelos
  Que meu pranto só seja de alegria...
  Que eu: Sinta o perfume do orvalho sobre a relva das
  noites frias de inverno
  Possa me agasalhar no coração do meu amor quando
  sentir frio,
  Esteja ao seu lado nos dias alegres de verão.
  Possa andar na praia e pegar conchinhas.
  Que a grandeza do mar seja a energia que recarrega
  minha alma
  Que a minha existência faça diferença.
  Que minhas palavras sejam amáveis e doces e lembrem
  os brancos cafezais.
  Que sejam ouvidas de forma leve, suave, sublime, como
  anjos cantando.
  Que eu: Possa fazer da minha luz o candeeiro de outros.
  Saiba ser sozinha, mesmo na multidão.
  Possa andar descalça, de pés no chão.
  Sinta o calor e frescor da terra molhada com cheiro de chuva.
  Possa entender o amor dos que não sabem demonstrar o amor
  que sentem.
  Saiba ser desapegada do amor dos que não sabem amar.
  Possa entender que nem todos podem me amar.
  Mas que eu ame a todos, sem distinção, com toda a força e luz
  do amor que existe em mim.
Que amor é este, tão desigual
Que me tira do prumo e me deixa sem rumo
Me acende, me aquece, e logo me esquece?
Que gargalha em meu peito e me estanca a voz
Que às vezes sou só eu… em busca de nós.

Que amor é este que fica doente
me deixando carente, num canto qualquer?
Que desdenha a menina e assanha a mulher?
Que por mais que eu insista…
Não sabe o que quer!

Que amor é este que me escravizou
que num instante, apenas, arrebata-me o peito
de amor e paixão e depois me atira totalmente, no
chão.
Se não me pode dizer, a que veio e o que quer…
Se despeça de mim, desocupe de vez o meu coração.
Ou, então, me assume.
Me abraça, me beija…diz que me ama e não vive sem mim…
Que amor é este afinal???
Que me faz tanto bem e me faz tanto mal.

Choro seu silêncio
Onde foram as promessas de amor
Onde foram os sonhos que junto sonhamos
Sinto um frio abrasador percorrer meu corpo
Nestes dias de inverno tudo o que eu queria
Era ter você ao meu lado me aquecendo
Estar em seus braços ouvir as batidas de seu
coração
Calar-me diante as situações desta vida
Mas a vida insiste em não ficar calada
Grita a dor do vazio
É como um eco contido
Sufocado neste silêncio espremido
Dentro de um peito machucado
Que grita calado
Neste desatino sofrido e maltratado
Desta vida desmedida, sofrida
Ouço o soprar dos ventos lá fora
Os gemidos dos galhos pelas folhas que caem
O triste cantar dos pássaros
E neste descompasso adormeço
Aliviando assim todo meu cansaço.
Marcelo Aguiar
Para a alegria da mamãe Luzia, do papai Bil, marinheiros de primeira viagem, dos avós Izildinha e Agenor e dos tios Carlos Eduardo e Patrícia,  no dia 08 de outubro corrente, chegou ao Planeta Terra, Guilherme, o mais novo membro da família com uma grande missão a cumprir. Certamente será um dos Agentes da Nova Era que fará desse mundo um lugar de paz, beleza e união onde todos terão teto e pão e muita sede de justiça.

Ana Aparecida Ottoni

O leitãozinho perdeu a mãe quando ainda mamava
Por ter ficado sozinho dei-lhe o nome de Tuézinho
E alimentava-o na mamadeira com leite de vaca
Logo o bichinho se acostumou com a nova vida.
Todos os dias, bem cedinho, chorava na porta da cozinha.
Antes de sair para a escola alimentava o bichinho
Quando regressava lá estava ele, no mesmo lugarzinho.
Esperando por outra mamadeira e talvez, por um carinho.
Ficamos inseparáveis, onde estava eu, estava o Tuézinho.
Meu amiguinho logo cresceu e deixou de ser leitãozinho
Largou a mamadeira, mas sempre comia na porta da cozinha.
Esperto e cada vez mais gordinho tornou-se um porquinho.
Tuézinho engordou tanto que não conseguia andar
De tão pesado vivia deitado na porta da cozinha
Dorminhoco não mais conseguia me acompanhar.
Um dia quando voltei da escola não o encontrei
Procurei por todo o quintal, gritei chamei e nada.
Meu irmão então falou com a voz entrecortada
Veja o Tuézinho, apontando as lingüiças penduradas.
Meu pai cumprira a promessa de matar o Tuézinho
Disse que ele acabaria morrendo de tão gordo
Tuézinho cumpriu o destino de todos os porcos
Mesmo sendo querido, virou lingüiça e toucinho.

Ana Aparecida Ottoni



Dê um beijo.
Um abraço.
Um passo em sua direção.
Aproxime-se sem cerimônia.
Dê um pouco de calor, do seu sentimento.
Sente-se perto e fique por algum tempo.
Não conte o tempo de se doar.
Liberte um imenso sorriso.
Rasgue o preconceito
Olhe nos olhos.
Aponte um defeito, com jeito.
Respeite uma lágrima.
Ouça uma história ou muitas, com atenção.
Escreva uma carta e mande.
Irradie simplicidade, simpatia, energia.
Num toque de três dedos, observe as "coincidências".
Não espere ser solicitado, preste um favor.
Lembre-se de um caso.
Converse sério ou fiado.
Conte uma piada.
Ache graça.
Ajude a resolver um problema.
Pergunte: Por quê? Como vai?
Como tem passado?
Que tem feito de bom?
Que há de novo? E preste atenção.
Sugira um passeio, um bom livro, um bom filme.
Diga de vez em quando, desculpe, muito obrigado,
Não tem importncia, que há de se fazer, dá-se um jeito.
Tente de alguma maneira ...
E não se espante se a pessoa mais feliz for você!!!
Abraços de,

Entrevista com Roberto Massoni ~ Blog do Poeta Fernandes

se meu trigueiro jeito
tu, minha cara senhora,
percebes e adoras
Venhas, sem demora
se entregues
e o teu desejo não negues.

se toca minha boca num lapso
A tua face
E este instante faz-se mágico
Largue deste disfarce
Deixe que tudo aconteça
Que eu te enlouqueça
E tu amanheças
Como menina em meus braços.

mas sou o menino levado
a deixar-te atiçada
a te confundir com as palavras
com olhar perspicaz
que te remexe a alma
fazendo perder a calma
sentir-se desejada
saibas, sem mistério
que o que você quer
também quero
e mais nada.

POETAFERNANDES
http://www.poetafernandes.blogspot.com/

Enviado por POETAFERNANDES em 13/01/2010


Sorriso audível das folhas
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?
 
Fernando Pessoa, 27-11-1930
 
13 de junho de 1888 - Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde, Fernando Antônio Nogueira Pessoa.
1896 - Parte para Durban, na África do Sul.
1905 - Regressa a Lisboa
1906 - Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa
1907 - Abandona o curso.
1914 - Surge o mestre Alberto Caeiro. Fernando Pessoa passa a escrever poemas dos três heterônimos.
1915 - Primeiro número da Revista "Orfeu". Pessoa "mata" Alberto Caeiro.
1916 - Seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.
1924 - Surge a Revista "Atena", dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.
1926 - Fernando Pessoa requere patente de invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade.
1927 - Passa a colaborar com a Revista "Presença".
1934 - Aparece "Mensagem", seu único livro publicado.
30 de novembro de 1935 - Morre em Lisboa, aos 47 anos.