DESCULPEM-ME PELA SINCERIDADE
Não consigo deixar de observar a paisagem que me rodeia e as pessoas que me cercam.
Por vezes a paisagem emociona-me, inspira-me, me faz sonhar, criar. Vezes outras me choca, revolta-me e entristece-me.
Penso, se a Praia é grande, todos deveriam ser grandiosos, divulgando as belezas naturais e arquitetônicas da cidade colaborando para o seu desenvolvimento social, turístico e cultural.
È preciso um envolvimento de todos os seguimentos sociais, cada um a seu modo para a grandeza de toda sua gente.
Não se pode pensar em crescer apenas nos períodos de temporada, pois assim o progresso não se realiza.
Os quiosques da praia acredito funcionarem com licença ou alvará da Prefeitura e deveriam ser incentivados a promoverem durante o ano todo eventos tais como: luaus; festas havaianas, caipiras etc., oferecendo, dessa forma, oportunidades aos inúmeros e talentosos artistas da cidade e logo o povo passaria a compreender que arte é cultura e não tão somente divertimento.
Não vejo campanhas de coleta selecionada do lixo, da preservação da natureza, principalmente do mar, todos deveriam ser orientados a levarem sacolinhas para depositarem o seu lixo.
A Prefeitura precisa exigir dos proprietários de imóveis manter suas calçadas sem buracos e incentivar as crianças para plantarem sementes de flores e mudas de árvores nos terrenos onde só existe mato e lixo.
Eu descobri por conta própria as belezas da cidade.
Quase não vi pessoas ouvindo o Coral de Natal exibido no Teatro Belas Artes no mês de dezembro.
É preciso lembrar que nem todos têm acesso à Internet e o bom hábito de ler, principalmente jornais.
Não há cartazes nos quiosques da praia informando aos moradores e turistas no período de temporada a programação cultural da cidade.
A Prefeitura deveria observar a iluminação das principais praias nordestinas: Salvador; Maceió; Aracajú etc., fazendo a noite parecer dia em toda a orla possibilitando inclusive a visão das ondas do mar e da areia da praia, não oferecendo, assim, chance para que viciados e criminosos aproveitem-se da escuridão para cometerem seus delitos impunemente.
Um absurdo que seja cobrado pelos quiosques, mesmo naqueles em que estamos consumindo os seus produtos, três reais por um minutinho de banho de água doce, isto é, naqueles em que existem chuveiro. Muitos não tem. Em outras praias brasileiras, inclusive aqui na Baixada, você toma sua chuveirada quantas vezes quiser, sem nada pagar. Trata de uma questão de higiene e de saúde.
As pessoas passam o dia todo, com a água salgada do mar nem sempre considerada própria para banho e areia no corpo, aquela mesma areia onde cachorrinhos e outros animais fazem xixi e os pombos defecam. É essa a razão de tantas viroses durante a temporada.
Todos querem aumentar seus rendimentos no período de temporada e elevam demasiadamente e sem nenhum critério o preço de tudo. Por isso é que vimos os turistas carregando para praia, caixas de isopor e sacolas térmicas as bebidas que irão consumir, sem contar os pais levando de tudo para a sua prole e largam todo seu lixo na praia.
Realmente durante a temporada os preços ficam impraticáveis e não é dessa forma que se aufere lucros. Onde se praticam preços razoáveis a freqüência é maior e gera maior consumo e maiores rendimentos para os comerciantes. Fui uma vez a Maceió e retornei outras três. Lá por toda a parte você vê cartazes com os dizeres: “TRATE BEM E NÃO EXPLORE O TURISTA”. A Secretaria de Turismo e o SENAC promoveram treinamentos para funcionários de hotéis, restaurantes, taxistas etc. Dá prazer na atenção dispensada em todos os lugares.
Nem tudo são flores, sabemos e vimos com nossos próprios olhos o turismo sexual, meninas de doze e até dez anos de idade sendo prostituídas principalmente por turistas estrangeiros, alemães e espanhóis grosseiros, mas com os bolsos repletos de euros e com eles subvertem as nossas lindas e pobres meninas levando-as a restaurantes e hotéis que elas nunca sonharam entrar e, assim, ao invés de sentirem-se tristes ficam alegres por estarem saboreando entre pessoas de bem inclusive autoridades da cidade, pratos deliciosos e variados, coisas que nunca haviam experimentado e voltam para casa com algum dinheiro para seus miseráveis pais, muitos coniventes e até responsáveis com tal comportamento.
A Prefeitura de Praia Grande, deveria pensar grande disponibilizando em comodato um imovel para que os nossos artistas: - atores, cantores, autores, músicos e poetas etc., pudessem encontrarem-se, desenvolverem projetos culturais, apresentar seus trabalhos, peças teatrais, lançamento de livros, filmes, músicais etc. . .
Acredito sinceramente que tudo pode ser transformado com determinação, trabalho e boa vontade por isso é que não perco a esperança de que a nossa Praia além de ser Grande torna-se-á também limpa e ainda muito, muito  mais bonita, um exemplo.
Ana Aparecida Ottoni

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